quinta-feira, 16 de julho de 2015

Rios seguem subindo no RS e colocam Defesa Civil em alerta

Preocupação é maior com o nível do Rio do Sinos e Rio Uruguai.
Cidades banhadas pelas águas estão sendo monitoradas no estado.

Do G1 RS
Nível do Rio Uruguai em São Borja (RS) está subindo (Foto: Gabriela Fogliarini/RBS TV)Nível do Rio Uruguai em São Borja (RS) está subindo (Foto: Gabriela Fogliarini/RBS TV)
Embora a chuva tenha diminuído de intensidade, a Defesa Civil segue em alerta no Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (16), o órgão monitora os pontos mais críticos do estado, principalmente as cidades situadas no Vale do Caí, Vale do Sinos, Norte e Fronteira Oeste.
Banhadas pelo Rio Uruguai, os municípios de Itaqui e São Borja devem ser atingidos pelas águas nas próximas horas, porque o nível segue subindo. Na Região Metropolitana, se mantém a preocupação com Montenegro, São Sebastião do Caí, Campo Bom e Esteio.
Segundo o último balanço da Defesa Civil estadual, divulgado no fim da tarde de quarta (15), 4.856 pessoas foram atingidas pela chuva, das quais 716 estão desabrigadas (levadas para abrigos do poder público) e cerca de 4.100 desalojados (na casa de familiares e amigos). A chuva já afetou 41 cidades no estado.
Ao menos cinco municípios já informaram à Defesa Civil sobre decreto de situação de emergência: Esteio, RolanteRiozinhoBarra do Guarita e Esperança do Sul. O atual panorama, no entanto, pode alterar esse cenário. Um novo boletim deve ser divulgado no final da manhã.
"O solo está saturado. A média de chuva no mês de julho no estado é de cerca de 120 mm. Somente de domingo a terça, nós tivemos 200 mm. Ou seja, quase o dobro do mês todo", diz aoG1 o subchefe da Defesa Civil no estado, tenente-coronel Alexandre Martins de Lima.
Em Esteio, água nas ruas njá baixou, apesar da chuva fina que caiu nas últimas horas. Cerca de 600 pessoas seguem foram de casa. Porém, o Rio do Sinos sobe lentamente em Novo Hamburgo e São Leopoldo e é monitorado com atenção pela Defesa Civil.
"No Rio do Sinos, apesar da vazão maior, a quantidade de chuva foi alta, então o nível continua subindo. Estou monitorando com muita atenção", explica o subchefe. "O Rio Caí estacionou", acrescenta.
Em Montenegro, dez famílias ainda não conseguiram retornar para as residências com a cheia. Mas a expectativa é de que o Caí volte para o leito até sexta (17). O mesmo ocorre em São Sebastião do Caí, onde rio chegou a atingir 10 metros acima do normal.
Na Fronteira Oeste, o aumento da vazão do Rio Uruguai gera preocupação extra comSão Borja e Itaqui. Em Uruguaiana, a previsão é que o nível suba mais até o fim de semana. A última informação da Defesa Civil é que o nível está quase 7 metros acima do esperado.
"A água deve subir e atingir algumas famílias, mas não tem como prever quando exatamente. Eu perdi minha previsão padrão. Itaqui e São Borja são cidades com casas situadas na barragem do rio. Mas as coordenadorias regionais da Defesa Civil já estão trabalhando de forma preventiva junto às comunidades", adianta Lima.
No Norte, em Iraí, cerca de cem famílias estão acomodadas em casas de parentes (veja no vídeo). No ano passado o município registrou uma das maiores enchentes da história e agora, pouco mais de um ano depois, os moradores sofrem com o mesmo drama.
Em Barra do Guarita, na divisa com Itapiranga (SC), a administração municipal suspendeu as aulas da rede pública de ensino a partir desta quinta (16) em virtude da situação de emergência. Trinta e três famílias precisaram sair de casa devido ao aumento do Rio Uruguai, que chegou a quase 12 metros acima do nível normal.
A  travessia de balsa até a cidade catarinense, do outro lado do rio, está suspensa. Assim como o trajeto para a Argentina realizado em Porto Mauá e emPorto Xavier, que também foi interrompido nas duas cidades. No trecho, o nível do Rio Uruguai chegou a quase 15 metros acima do volume normal.
A Defesa Civil atua com 12 equipes em todas as regiões atingidas por chuvas e alagamentos - quatro estão na Região Metropolitana, quatro no Noroeste e as demais espalhadas pelo estado.
Rio Taquari começa a baixar
O nível do Rio Taquari começou a baixar na manhã desta quinta (16). No entanto, mais de 10 famílias continuam impossibilitadas de voltar para casa em Lajeado, porque na cidade o Taquari chegou a alcançar mais de 7 metros acima do normal.
Segundo a Defesa Civil, a tendência é que as águas recuem ao longo do dia.
Em Estrela, três famílias tiveram que deixar as casas. A água que impedia o acesso a Colinas pela ERS-129 recuou, mas ainda é necessário utilizar um desvio pela estrada de chão para chegar até a cidade.
Em Arroio do Meio, uma família precisou deixar o local onde mora e foi levada para a casa de parentes. Em Taquari, segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, cerca de 50 famílias saíram de casa, mas todas foram para a residência de amigos e familiares.
Rio Taquari RS (Foto: Daniela Mallmann/RBS TV)Rio Taquari começou a baixar nesta quinta-feira (16) (Foto: Daniela Mallmann/RBS TV)

Em todo o Paraná, são 51 as cidades atingidas pelas fortes chuvas

Número de pessoas atingidas se aproxima de 33,5 mil, com 35 feridas.
No sudoeste, tornado destruiu casas, barracões e veículos na segunda (13).

Do G1 PR
O boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual às 8h30 desta quinta-feira (16) mostra que o número de atingidos pelas chuvas no Paraná subiu de 33.310 para 33.478 em 51 municípios, a maioria na região sudoeste. Na segunda-feira (13), um tornado destruiu casas, barracões e veículos em Francisco Beltrão.
Ainda conforme o levantamento, um rapaz morreu em Araruna, no noroeste do estado, entre sexta (10) e sábado (11), ao tentar atravessar um córrego que corta a propriedade da família, e 35 pessoas ficaram feridas. Outras 12 continuam desabrigadas. Mais de 4 mil casas foram danificadas por destelhamentos e alagamentos e 18 foram destruídas.
O tornado que atingiu Francisco Beltrão causou estragos, principalmente, na área rural do município, onde ao menos 12 casas foram destruídas. Em uma delas, estavam 15 pessoas da mesma família comemorando um aniversário, quando o vendaval começou. De acordo com a Somar Meteorologia, os ventos chegaram a 115 km/h na cidade.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural estima que os prejuízos passem de R$ 5 milhões.
Após o tornado e a chuva, que ainda cai na região de Francisco Beltrão, os moradores agora enfrentam a cheia do Rio Marrecas, que corta a cidade. Famílias que tiveram de deixar as casas estão sendo levadas para abrigos comunitários nos bairros São Miguel e Marrecas. Segundo o Corpo de Bombeiros, o nível do rio subiu quatro metros acima do normal.
Leonardo Guilherme de Jesus fotografou a Avenida Paraná, no Bairro Presidente Kennedy, onde mora. Segundo ele, a água do Rio Lonqueador, afluente do Rio Marrecas, avança para as casas. "Se continuar subindo assim, logo vai entrar nas casas", teme o morador.
Conforme a Defesa Civil, apesar de ainda existir previsão de chuvas para a região, a situação está normalizada, mas as equipes permanecerão em alerta para novos riscos.
Na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina a preocupação também é com alagamentos já que o nível dos rios Paraná e Iguaçu está subindo. Por causa da chuva, a Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no oeste, precisou abrir, no sábado (11), o vertedouro para liberar a água que não é usada na produção de energia. O excesso escoado na madrugada de quarta-feira passou de 9,5 milhões de litros de água por segundo. A previsão da hidrelétrica é que o nível dos rios comece a baixar a partir dos próximos dias.
Rio Lonqueador avança sobre as casas (Foto: Prefeitura de Francisco Beltrão/ Divulgação)Rio Lonqueador avança sobre as casas (Foto:
Prefeitura de Francisco Beltrão/ Divulgação)
Ajuda
Estão sendo arrecadados donativos em vários municípios do estado. Os pedidos são de água, alimentos, roupas, calçados e cobertores, materiais de construção, móveis e dinheiro. Em Francisco Beltrão os telefones para informações sobre as doações são (46) 3520-2190, (46) 3520-2191 e (46) 3520-2192; emMariópolis é o (46) 3226-8100; Pato Branco (46) 3225-5544 e Vitorino pelo telefone (46) 3227-1616.
No oeste, voluntários também estão recolhendo doações. Os interessados podem telefonar para os números 9907-3098 e 9102-5185, do Esquadrão da Caveira, e 9968-8848, do Conselho de Leigos da Igreja Católica, ambos de Foz do Iguaçu, - os donativos também podem ser entregues nas paróquias da cidade – e 9960-7873, de outro grupo em Santa Terezinha de Itaipu.
Previsão do tempo
De acordo com o Sistema Tecnológico Simepar, a quinta será chuvosa em todo o Paraná, entretanto não há mais condição para temporais em nenhuma região. Deve chover no sudoeste do estado, mas a quantidade será menor se comparado aos últimos dias. O tempo na sexta (17) deve continuar instável com chuva de fraca a moderada. O sol deve aparecer a partir de sábado (18).
Apesar de a chuva diminuir, segundo o Simepar, não há tendência de mínimas muito baixas. Em Curitiba a temperatura deve variar entre 13 e 19 graus nesta quinta-feira; em Cascavel fica entre 13 e 20 graus; em Francisco Beltrão os termômetros variam de 12 a 18 graus; Foz do Iguaçu varia entre 14 e 22 graus; Londrina entre 15 e 23 graus; Maringá entre 16 e 23 graus e Guarapuavaentre 12 e 17 graus.
Cidades atingidas
Os municípios atingidos são: Alto Paraíso, AmaporãAmpéreApucarana, Araruna, Barracão,Bom Jesus do SulCafezal do SulCampo MourãoCongonhinhasCorbéliaDouradina, Floresta, Francisco Beltrão, General CarneiroIndianópolisIporãJandaia do SulJaniópolis,Loanda, Londrina, LunardelliManfrinópolisMarialva, Mariópolis, Matelândia, Mauá da Serra,Nova Londrina, Pérola D'Oeste, Pinhão, Ponta Grossa, Pranchita, PrudentópolisQuerência do NorteRoncadorRondon, Santa Cruz de Monte Castello, Santana do ItararéSanto Antônio do SudoesteSão Jorge do IvaíSão Jorge do Patrocínio, São José dos PinhaisSão Pedro do ParanáSarandiSiqueira CamposTeixeira SoaresTerra RicaUmuarama e Vitorino.

Cão é usado para amenizar a dor da perda durante velórios no litoral de SP

Iniciativa acontece há pouco mais de um mês em cemitério vertical de Santos.
Freud e Victória 'trabalham' juntos há dez anos em pet terapia.

Rafaella MendesDo G1 Santos
Freud tem 11 anos é trabalha ajudando a amenizar a dor da perda  (Foto: Rafaella Mendes/G1)Freud tem 11 anos e trabalha ajudando a amenizar a dor da perda (Foto: Rafaella Mendes/G1)
Um funcionário diferente e que, em um primeiro momento, pode causar estranheza a quem precisa ir aos velórios realizados do cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral de São Paulo, tem conquistado a simpatia das pessoas e seu próprio espaço. O cãozinho Freud, de 11 anos, tem a missão de amenizar a dor da perda dos entes queridos, atuando três vezes por semana.
Idealizadora do projeto trabalha há 20 anos com pet terapia  (Foto: Rafaella Mendes/G1)Idealizadora do projeto trabalha há 20 anos com pet
terapia (Foto: Rafaella Mendes/G1)
A dona do animal, Victoria Girardelli, idealizadora do Dr. AuAu, trabalha com pet terapia há 10 anos, sempre em ambiente hospitalar. Há pouco mais de um mês, no entanto, decidiu atuar em um espaço onde as famílias enfrentam o sentimento de perda, mesmo a raça schauzer não sendo muito utilizada neste tipo de trabalho, por conta do seu temperamento.
“A atuação do Freud vem sendo super elogiada. Ele chega de mansinho e logo vai ganhando seu espaço. O legal é que ele sempre traz uma mensagem e as pessoas logo se agacham para saber do que se trata. Explico que ele faz parte do projeto de terapia e, sem perceber, a pessoa já está se distraindo e conseguindo amenizar um pouco da sua dor”, comenta Victoria.
Diretor Comercial aprova projeto que tem trazido bons resultados  (Foto: Rafaella Mendes/G1)Diretor comercial aprova projeto, que tem trazido
bons resultados (Foto: Rafaella Mendes/G1)
A terapeuta explica que é preciso haver uma sintonia com o cachorro para que ele obedeça, mesmo com uma personalidade difícil.  “É um trabalho totalmente gratificante. O Freud também gosta muito quando eu o coloco na sacola. Ele já sabe para onde vamos e fica todo feliz. O trabalho de amenizar a dor gera um prazer ímpar”, relata.
A técnica de enfermagem Verônica Camilo presenciou a atuação de Freud e acredita que ele pode ajudar a distrair as famílias e pessoas que passam pelo momento de perda de um ente querido. “É muito legal encontrar um animal nesse momento. Isso ameniza muito a nossa dor”, ressalta.
Para o diretor comercial do grupo Memorial, Marco Ricardo Africano, o projeto tem trazido bons resultados e várias pessoas têm enfrentado com mais facilidade o momento difícil da perda. “Existe aquela troca de sentimentos e sensações”, conclui.
Freud desperta carinho e alegria mesmo em dias mais díficieis  (Foto: Rafaella Mendes/G1)Freud desperta carinho e alegria, mesmo em dias mais difíceis (Foto: Rafaella Mendes/G1)

Sonda New Horizons, da Nasa, fez mais de 1.200 fotos de Plutão

Primeiras fotos de alta resolução foram divulgadas nesta quarta-feira.
Agência diz que equipamento analisa região ao redor de planeta anão.

Do G1, em São Paulo
Nasa, agência espacial americana, divulgou no Twitter na manhã desta quinta-feira (16) que a sonda New Horizons captou mais de 1.200 fotos de Plutão durante sua passagem pelo planeta anão e agora tenta registrar mais detalhes sobre a região, nos confins do Sistema Solar.
Na última terça (14), o equipamento, que viaja pelo espaço há mais de nove anos, atingiu a distância mais próxima de Plutão, 12,5 mil quilômetros. O feito ajudará cientistas a descobrir mais detalhes sobre o corpo celeste e o chamado Cinturão de Kuiper.
As primeiras imagens foram divulgadas em uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta e mostram as luas Hidra e Caronte. Em seguida, a equipe da New Horizons mostrou uma foto em alta resolução da superfície de Plutão, que revelou a existência de montanhas.
Os cientistas disseram ainda que o "coração" visto na superfície do planeta anão agora tem um nome. A área foi batizada de Tombaugh Regio, em homenagem a Clyde Tombaugh, astrônomo que descobriu Plutão em 1930. A New Horizons viaja pelo espaço carregando as cinzas de Tombaugh, além de outros itens, como duas bandeiras americanas.