sexta-feira, 19 de junho de 2015

Primeiro-ministro afirma que saída da Grécia seria início do fim da Eurozona

Declaração de Tsipras foi divulgada após novo fracasso de negociações.
Se um acordo não for alcançado até o fim de junho, Grécia dará calote.

Da France Presse
Premiê grego Alexis Tsipras durante coletiva de imprensa na sede da OCDE em Paris (Foto: Reuters)Premiê grego Alexis Tsipras
durante coletiva de imprensa
na sede da OCDE em Paris (Foto: Reuters)
Uma saída da Grécia da zona do euro, situação conhecida como 'Grexit', representaria o início do fim da união monetária, afirmou o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras em uma entrevista publicada pelo jornal austríaco Kurier.
"O famoso Grexit não pode ser uma opção, nem para os gregos nem para a União Europeia. Seria um processo irreversível, seria o início do fim da zona do euro", afirma Tsipras na entrevista apresentada como "exclusiva".
"Até agora a Europa se orientou para uma unidade maior. Tomar a decisão contrária significaria o fracasso da ideia europeia", completa.
Segundo o chefe de Governo grego, debate a respeito do 'Grexit', hipótese que ganhou força nos últimos dias com a falta de acordo entre Atenas e seus credores, "começou quando teve início a aplicação do rígido programa de austeridade imposto pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)".
Apesar dos sacrifícios impostos ao povo, a "Grécia não se tornou mais competitiva e a dívida do Estado não diminuiu", disse Tsipras. "Precisamos revisar todo o conceito em seu conjunto", concluiu.
As declarações de Tsipras foram divulgadas após um novo fracasso das negociações entre Atenas e seus credores, na quinta-feira em uma reunião de ministros das Finanças da Eurozona.
Há vários meses, Atenas negocia com os credores - UE, FMI e Banco Central Europeu (BCE) - a liberação de uma nova parcela da ajuda financeira, em troca da continuidade das reformas estruturais no país.
Uma nova reunião acontecerá na segunda-feira (22) em Bruxelas entre chefes de Estado e de Governo dos 19 países da zona do euro sobre Grécia.
Se um acordo não for alcançado até o fim de junho, a Grécia pode ficar incapacitada para pagar a quantia de 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI até o dia 30 e declarar um 'default' (suspensão de pagamentos).

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