sexta-feira, 29 de maio de 2015

Após negociação, ônibus voltam a circular em Porto Alegre

Policiais do BOE fizeram a escolta dos primeiros veículos que saíram.
Garagem foi liberada às 8h29 desta sexta-feira; motoristas foram vaiados.


Após negociação com a Brigada Militar, os ônibus da Carris voltaram a circular às 8h29 desta sexta-feira (29) em Porto Alegre. Os veículos da Unibus e Conorte também voltaram às ruas por volta do mesmo horário. Policiais do Batalhão de Operações Especiais fizeram a escolta.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estima que por volta das 10h todas as linhas de ônibus já estejam normalizadas. As estações de trem seguem fechadas.
Em Canoas, na Região Metropolitana, os ônibus das empresas Vicasa e Sodal foram liberados por volta das 8h40. As garagens estavam bloqueadas por manifestantes e sindicalistas.
Alguns veículos começaram a circular por volta das 7h. Ônibus da STS operam desde o começo da manhã. Piquetes foram montados em frente a garagens com integrantes de movimentos sindicais. Pouco antes das 7h, policiais militares iniciaram uma negociação em frente à garagem da Carris, na Zona Leste de Porto Alegre, com os manifestantes, para que liberassem a saída dos coletivos.
Mesmo sabendo da greve, passageiros se deslocaram a pontos de ônibus para tentar se deslocar aos locais de trabalho. Foi o que fez o metalúrgico Julio Silva, de 40 anos, que às 6h já aguardava algum ônibus na rua: "Sabia da greve, mas achei que iam liberar os ônibus por agora, mas não apareceu nenhum. Liguei para o meu chefe, e ele vai me buscar", contou ao G1 por volta das 7h20, já atrasado para o trabalho.
Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB-RS), Guimar Vidor disse em entrevista à Rádio Gaúcha antes das 6h desta sexta que "o objetivo está sendo atingido em Porto Alegre e na Região Metropolitana, com movimentos também nas principais regiões (do estado)". Ele está em frente à garagem da empresa de ônibus Carris.
A EPTC liberou o transporte de passageiros em pé em lotações durante a greve, e esses veículos estão autorizados a trafegarem em corredores de ônibus.
Já as estações da Trensurb estão fechadas neste começo de manhã. Conforme a empresa, "não há condições de manter o serviço", em função da greve dos metroviários, que aderem à paralisação. "Sindicato manteve a greve, mesmo com decisão judicial de manter serviço no horário do pico", destacou a Trensurb.
O trânsito na Região Metropolitana de Porto Alegre ficou complicado no começo da manhã, com filas de carros na BR-116, em Canoas.
Embora seja difícil prever quantas pessoas irão aderir ao movimento e não comparecer ao trabalho, sindicatos de várias categorias confirmaram participação, entre eles, rodoviários, metroviários, bancários e professores de escolas e universidades, públicas e privadas.
Pelo interior do estado
Outras cidades também enfrentam problemas pela manhã. Em Caxias do Sul, na Serra, um protesto se iniciou na BR-116 por volta das 6h30, com integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos. O trânsito é bloqueado em frente a uma empresa de transporte rodoviário de cargas. Ônibus circulam na cidade.
Com a paralisação nacional contra a lei de terceirizações e medidas fiscais, a Rodoviária de Porto Alegre amanheceu sem ônibus com destino a Pelotas. Segundo o terminal, a empresa Expresso Embaixador informou que a suspensão deve ocorrer até 11h. A mesma companhia registra adesão de funcionários ao movimento em Pelotas.
Na Região Metropolitana, moradores de Canoas reclamam que ônibus não circulam nesta manhã.
Sobre o dia de greve
Além de paralisar atividades, os servidores devem se reunir em pontos diferentes da cidade, conforme cada categoria, e fazer uma caminhada até o Palácio Piratini, como forma de protesto. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), a concentração será às 12h, em frente à Fecomércio (Rua Alberto Bins, 665). Depois, os manifestantes seguiram em caminhada até a Praça da Matriz, onde fica a sede do governo do estado.
A data foi convocada por centrais sindicais e movimentos sociais como o Dia Nacional de Paralisações e Manifestações, contra o projeto de lei da terceirização e as medidas provisórias 664 e 665 — que, respectivamente, altera os critérios de duração da pensão por morte, concessão do auxílio-doença e auxílio-reclusão e muda as regras da concessão do seguro-desemprego, abono salarial e seguro-defeso.
Saiba quais serviços podem ser afetados:
Transporte público
A previsão do Sindicato dos Rodoviários era paralisar as atividades desde as 4h, o que está se cumprindo na maioria das mepresas.
Uma liminar obtida na Justiça do Trabalho determina a circulação de 30% da frota durante todo o dia e 50% no horário de pico. A medida vale só para Porto Alegre. O descumprimento prevê pagamento de multa R$ 50 mil. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Adair da Silva, disse que a entidade vai acatar a decisão.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) afirmou que equipes irão monitorar a circulação do transporte coletivo desde a madrugada, junto às garagens, nas vias e pelas câmeras da Central de Monitoramento.
Os metroviários também aprovaram a paralisação dos trens, e ao menos no começo da manhã não trabalham. Também foi obtida uma liminar para que as composições circulem com 100% de sua capacidade nos horários de pico, sob pena de multa diária no valor de R$ 30 mil.
Para tentar amenizar o impacto da mobilização de rodoviários e metroviários, a Metroplan informou que haverá reforço entre os coletivos metropolitanos. Autorizou ainda que as empresas permitam a circulação dos ônibus com passageiros em pé, tanto nos executivos como nos seletivos. Também estão autorizadas as paradas para embarque de passageiros nos pontos da capital. Haverá ainda funcionamento normal do sistema de lotações, com atendimento de 437 veículos. Se for necessário, serão liberados passageiros em pé.
Bancos
Além de Porto Alegre, onde a categoria aprovou a paralisação em assembleia, bancários de Camaquã e Pelotas, no Sul, além de cidades do Vale do Caí e Vale do Paranhama também irão parar as atividades.
Escolas e universidades
Professores de escolas e universidades, públicas e privadas, também devem aderir ao movimento. Em relação à rede pública estadual, o Cpers deve realizar uma série de atos, entre eles a caminhada junto à CUT-RS. A ADUFRGS, entidade sindical que representa os professores federais de ensino superior de Porto Alegre também confirmaram adesão, com um ato ao lado da Faculdade de Educação da UFRGS.
O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) também aprovou a adesão à paralisação e a orientação aos filiados é que participem dos atos. Já o indicativo do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) é que as instituições de ensino avaliem as condições de sua localidade para decidir sobre o funcionamento das aulas ou não.
Saúde
Em assembleia, o SindiSaúde aprovou participação da categoria na paralisação. Parte das atividades no Hospital de Clínicas deve ser afetada. Uma manifestação está marcada para acontecer em frente à casa de saúde.

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