quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mãe de menina maltratada por padrasto ganha liberdade provisória

Criança de três anos teria sido torturada em vídeos por padrasto e mãe.
Padrasto passou por exame de sanidade, mas resultado não foi divulgado.



A Justiça decretou a liberdade provisória de Sara de Andrade Ferreira, mãe de uma menina de três anos que teria sido torturada pelo padrasto em Araçatuba (SP). Ela está presa na penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, desde outubro do ano passado e deve ser solta ainda nesta quinta-feira (14).
Em vídeos encontrados pela polícia no celular do padrasto, a menina aparece andando com as pernas amarradas com uma fita adesiva, comendo cebola achando que era maçã e pedindo para o padrasto deixá-la dormir. Sara estava presa porque, segundo decisão da Justiça, existem sérios indícios de que ela filmou, fotografou e participou de todas as situações praticadas contra a filha e que a mãe não tomou nenhuma atitude para impedir as condutas do padrasto.
O juiz responsável pela decisão informou que o pedido de liberdade foi feito pela defesa de Sara e foi aceito porque o crime pelo qual ela responde - que é tortura culposa - não prevê pena de prisão em regime fechado. Ainda segundo o juiz, a criança, que está sob os cuidados de um casal de tios-avôs, chama pela mãe frequentemente.
O padrasto da menina, Maurício Moraes Scaranello, passou por exame de sanidade mental recentemente, mas o resultado ainda não foi divulgado. Ele continua preso.
Em depoimento à polícia, a mãe negou que tenha participado dos vídeos. Em entrevista à reportagem da TV TEM, na época do caso, Sara disse também que não sabia o que o padrasto fazia com a filha. "Tudo que estão falando tem me magoado, porque ninguém conhece meu coração, as pessoas estão falando que eu sabia dos vídeos, eu não sabia de maneira nenhuma. Foi um susto pra mim, demonstra que eu não conhecia a pessoa com quem eu morava. Tudo isso está sendo um choque pra mim. Os vídeos têm sido um choque pra mim, procuro nem ver televisão porque isso me magoa demais", disse Sara.
Vídeos
A polícia divulgou os vídeos da criança sendo torturada pelo padrasto. Em um deles, ela aparece amarrada pelas pernas com fita adesiva. Maurício fala para a menina andar e ri quando ela cai no chão. Em outro vídeo, o empresário grita e assusta a menina, que estava cochilando. Ele também tenta abrir à força os olhos da criança. Outra gravação mostra a menina dormindo no carro, presa pelo cinto de segurança. Como a cabeça dela balança de um lado para o outro, por causa do movimento do carro, o padrasto brinca falando que a menina ficou com sono após tomar uísque.
A mãe perdeu a guarda da filha depois que que um laudo da Perícia feita no computador e nos celulares do casal mostrou que ela também participava de alguns vídeos.
Segundo informações da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Luciana Pistori, o padrasto disse, em depoimento, que os vídeos faziam parte de uma brincadeira. “O padrasto disse que era tudo uma brincadeira e em nenhum momento ele queria judiar da criança. Acho que ele tinha consciência das atitudes que tomou", afirmou.
Um laudo do Instituto Médico Legal apontou que a menina teve lesões causadas por cola de alta adesão. O documento confirma o teor da denúncia que levou à prisão do empresário. Mas, em depoimento à polícia ao ser preso, ele afirmou que a existência de cola na menina era fruto de um "acidente".
O laudo traz informações detalhadas das partes do corpo da menina atingidas pela cola e atesta também que ela não sofreu nenhum tipo de abuso sexual. O resultado foi anexado ao inquérito.


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